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Tema básico: A visão de Cristo e a igreja em Éfeso (Ap 1:9–2:7)
As mudanças no auxiliar de professor da Lição da Escola Sabatina para adultos foram relativamente pequenas nesta semana. Vou analisar as mudanças que foram mais interessantes ou significativas. No final do Esboço (Parte I), menciono originalmente a “imagem assustadora de Jesus” em Apocalipse 1:12-16. Os editores alteraram “assustadora” para “surpreendente”. Suponho que consideraram desagradável a ideia de que Jesus poderia ser assustador. No entanto, baseei esse adjetivo em Apocalipse 1:17, onde Jesus assegura a João: “Não tenha medo” (NVI). Compreendo a mudança, mas prefiro usar a linguagem bíblica sempre que possível.
No primeiro parágrafo do Comentário (Parte II), os editores eliminaram uma frase em que observo que os versículos 11 e 19 formam um “invólucro” (ou envelope) em torno da visão de Jesus (Ap 1:12-18). Sendo que o verso 11 convida João a escrever o que ele vê, e o verso 19 o encoraja a escrever o que viu, considero que toda a visão do Apocalipse (resumida em 1:19) foi comtemplada entre esses dois versos (minhas razões são apresentadas na terceira seção do Comentário, cujo texto foi mantido). Isso significaria que todo o livro de Apocalipse foi dado em uma única visão. Já os editores preferem a ideia de várias visões. Se Apocalipse 1:19 descreve todo o livro – “as [coisas] que são” descrevendo as mensagens às sete igrejas e “as [coisas] que hão de acontecer depois destas” se referindo a Apocalipse 4–22 (compare com Ap 4:1) –, então meu ponto de vista é preferível. Acredito que a razão para remover essa frase seja proteger a ideia de que o papel profético das sete igrejas seja a intenção primária, o que considero difícil de enxergar no próprio texto. Entendo as mensagens às sete igrejas como cartas proféticas, com um endereçamento primário para a audiência original (“as [coisas] que são”), mas tendo implicações proféticas para a história da igreja. Essa não é uma questão de vida e morte. De qualquer forma, a aplicação profética das sete igrejas é exegeticamente justificável, mesmo se não for exegeticamente convincente. Relacionado a isso, na terceira seção do Comentário, é removida uma sentença na qual declaro que as mensagens às sete igrejas não são de estilo apocalíptico, como Daniel 7 e Apocalipse 12. Deixo que o leitor compare esses textos e decida por si mesmo.
Na segunda seção do Comentário, uma sentença foi removida: “Nenhuma igreja individual, portanto, tem a imagem plena de Jesus.” Acredito que esse fato é evidente no texto, já que cada igreja é endereçada com uma a três características de Jesus, e não com a totalidade do que é descrito em Apocalipse 1:12-18. [É interessante notar que a segunda sentença que apresenta essa ideia foi mantida: “E se nenhuma igreja ou nenhum cristão têm a imagem plena de Jesus […].” – Nota do tradutor.] Suspeito que a frase tenha sido removida para evitar que os leitores concluam que a Igreja Adventista do Sétimo Dia possui menos do que uma imagem completa de Jesus. Podemos discutir o que “imagem plena de Jesus” significaria nesse contexto. Em minha experiência, tenho aprendido muito a respeito de Jesus com cristãos que não são adventistas do sétimo dia.
Os editores acrescentaram a quinta seção do Comentário, já que originalmente não abordo a mensagem à igreja em Éfeso, deixando que o leitor estude a respeito do assunto a partir da lição de aluno. Em minha opinião, esse foi um acréscimo bastante útil e positivo.
Finalmente, na Aplicação Para a Vida (Parte III), observei que os editores mantiveram minha declaração de que “a aparência de Jesus tenha atemorizado [em inglês, “frightened”, assustado, apavorado] João”. Isso me diz que a alteração anterior foi uma preferência editorial, em vez de uma profunda diferença na teologia ou na interpretação bíblica.